As expressões "esfumado" e "pincel seco" designam suas importantes técnicas da pintura à óleo:
Esfumado:
Para obter o esfumado, aplica-se a tinta levemente, de maneira que fique semi-opaca, sobre outra cor. Essa técnica é particularmente útil na combinação de dois tons para produzir um resultado sutil: a diferente espessura das pinceladas sobrepostas faz com que a cor de baixo apareça e desapareça alternadamente, criando um efeito suave, esfumaçado.
O esfumado é feito geralmente com um movimento de "esfregar" para frente e para trás - o movimento natural de desenhar do braço -, embora em determinados trabalhos um traço mais circular dê melhores resultados.
A tinta (opaca ou transparente) é normalmente aplicada sobre outra camada já seca e mais escura, que transparece em alguns lugares. em outros, as bordas irregulares dos novos traços fundem-se com a área mais escura, criando uma nova cor. Essa mistura óptica é mais rica e vibrante do que a obtida ao misturar essas mesmas cores na paleta.
Pincel seco:
A técnica do pincel seco consiste em aplicar tinta bem densa - com pouco ou nenhum medium (mistura de óleo e solvente) -, o que faz com que o pincel seja praticamente "arrastado" pela tela. Assim como no esfumado, trabalha-se feralmente com a tinta clara sobre escura. Coloca-se um pouco de tinta num pincel de cerdas duras (tirando o excesso de tinta na paleta, se necessário). O pincel é então levemente arrastado sobre a tela nua, e produz uma marca interrompida, falha, que deixa entrever aqui e ali um pouco das ranhuras da pincelada e da cor da primeira camada. As cerdas do pincel abrem-se à medida que você faz o traço e a tinta agarra na trama da tela - ou nos sulcos da tinta seca, deixando aparecer o tom que está por baixo.
A vantagem do pincel seco é sua economia. Ele pode sugerir detalhes e texturas com um mínimo de trabalho com o pincel. Você pode empregá-lo para produzir o efeito de raios de sol penetrando num bosque ou num interior, ou para fazer capim, galhos, cabelos, enfim, qualquer coisa leve, delicada ou de textura mais específica.
Segredos do retrato a óleo
Tiago Lisboa
Para o artista, poucos motivos são mais estimulantes que o rosto humano, com suas variaçoes sutis de cor, tom e forma. Pintar um retrato á algo que atrai também pela dificuldade, pois para chegar a um bom resultado é preciso não apenas captar a aparência física do modelo, mas conseguir transmitir fielmente traços de sua personalidade. Como introdução à pintura de retratos, vou mostrar a maneira de trabalhar com um modelo de cabelo louro e pele clara. Tons mais escuros de pele serão tratados mais para frente.
Cores de pele:
Se olharmos para as pessoas a nossa volta veremos que, independentementede raça, cada tipo de pele contém complexas combinações de cores. A mistura básica para a pele branca é feita em geral com uma combinação de amarelo, branco e vermelho, à qual se junta um pouco de azul para esfriar. Entretanto, a escolha das tonalidades dessas cores dependerá de sua preferência pessoal e de sua combinação preferida.
Uma abordagem que se poderia tentar é a mostrada na figura abaixo. As cores vibrantes do vermelho-cádmio dão a nota quente, mas devem ser manipuladas com cuidado para que não dominem suas misturas.
Tons quentes e frios:
Se você passar algum tempo estudando as variações da cor da pele, verá que elas podem ser quentes e frias. Também perceberá que a temperatura da cor de qualquer modelo muda conforme a área - por exemplo, a parte posterior do pescoço tende a ser diferente da parte da frente.
Os principiantes costumam fazer as cores da pele excessivamente quentes. Com isso, seus seus modelos parecem estar sofrendo de queimadurasz de sol. Lembre-se de que, seja qual for a cor da pele, ela é sempre mais fria do que você imagina, especialmente nas áreas sombreadas.
Os pontos mais quentes tendem a ser o nariz, o lóbulo das orelhas e as faces.
O cabelo:
Outra parte complicada na pintura de um retrato é o cabelo. Como a pele, ele não apresenta cor uniforme e sim uma combinação de tons claros e escuros, que podem ser quentes ou frios. Em geral, convém pintar o cabelo de maneira que harmonize com a cor da pele - o que significa usar a mesma paleta como base para os dois conjuntos de misturas.
O cabelo louro pode confundir bastante, pois ele não pe amarelo vivo, e contém muitas tonalidades de marrom. Uma solução é usar amarelo-ocre ou amarelo-Nápoles, pois ambos podem ser escurecidos com terra-de-sombra queimado ou natural. Use um toque ocasional de azul-ultramar ou azul-cobalto, para dar uma influência fria. Uma variação dessa mistura é mostrada na ilustração.
As cores adequadas:
Aqui está um forma de você tratar um modelo de pele clara. A testa é pintada com uma cor clara e quente, mas o azul-cerúleoacrescentado à mistura produz um tom de pele mais frio para o resto do rosto. Toques com cores quentes acentuam o narize as faces, enquanto uma cor mais fria e mais escura indica a área em torno so pescoço.
Em relação ao cabelo, não o deixe excessivamente claro. Note que aqui ele é pintado de modo semelhante ao rosto, quanto as áreas claras e sombreadas. Uma mistura de branco, amarelo-ocre e verde-esmeralda é escurecida com um toque de preto, para as sombras.
Cores de pele:
Se olharmos para as pessoas a nossa volta veremos que, independentementede raça, cada tipo de pele contém complexas combinações de cores. A mistura básica para a pele branca é feita em geral com uma combinação de amarelo, branco e vermelho, à qual se junta um pouco de azul para esfriar. Entretanto, a escolha das tonalidades dessas cores dependerá de sua preferência pessoal e de sua combinação preferida.
Uma abordagem que se poderia tentar é a mostrada na figura abaixo. As cores vibrantes do vermelho-cádmio dão a nota quente, mas devem ser manipuladas com cuidado para que não dominem suas misturas.
Tons quentes e frios:
Se você passar algum tempo estudando as variações da cor da pele, verá que elas podem ser quentes e frias. Também perceberá que a temperatura da cor de qualquer modelo muda conforme a área - por exemplo, a parte posterior do pescoço tende a ser diferente da parte da frente.
Os principiantes costumam fazer as cores da pele excessivamente quentes. Com isso, seus seus modelos parecem estar sofrendo de queimadurasz de sol. Lembre-se de que, seja qual for a cor da pele, ela é sempre mais fria do que você imagina, especialmente nas áreas sombreadas.
Os pontos mais quentes tendem a ser o nariz, o lóbulo das orelhas e as faces.
O cabelo:
Outra parte complicada na pintura de um retrato é o cabelo. Como a pele, ele não apresenta cor uniforme e sim uma combinação de tons claros e escuros, que podem ser quentes ou frios. Em geral, convém pintar o cabelo de maneira que harmonize com a cor da pele - o que significa usar a mesma paleta como base para os dois conjuntos de misturas.
O cabelo louro pode confundir bastante, pois ele não pe amarelo vivo, e contém muitas tonalidades de marrom. Uma solução é usar amarelo-ocre ou amarelo-Nápoles, pois ambos podem ser escurecidos com terra-de-sombra queimado ou natural. Use um toque ocasional de azul-ultramar ou azul-cobalto, para dar uma influência fria. Uma variação dessa mistura é mostrada na ilustração.

As cores adequadas:
Aqui está um forma de você tratar um modelo de pele clara. A testa é pintada com uma cor clara e quente, mas o azul-cerúleoacrescentado à mistura produz um tom de pele mais frio para o resto do rosto. Toques com cores quentes acentuam o narize as faces, enquanto uma cor mais fria e mais escura indica a área em torno so pescoço.
Em relação ao cabelo, não o deixe excessivamente claro. Note que aqui ele é pintado de modo semelhante ao rosto, quanto as áreas claras e sombreadas. Uma mistura de branco, amarelo-ocre e verde-esmeralda é escurecida com um toque de preto, para as sombras.
Matizando as cores
Tiago Lisboa
Caneca azul e flores do campo, de Charles Reid, óleo sobre ela, 66 x 66 cm.
Coleção particular.
As pinturas em geral apresentam áreas em tons claros, que parecem quase brancas, mas que, examinadas atentamente, revelam conter proporções mínimas de outras cores.
A natureza-morta (na figura acima) está inundada de luz, mas quase não contém branco puro – as flores, o vaso, a moldura da janela, a tigela, os pratos e até a água a distância foram todos pintados com brancos matizados. Mudanças de cor sutis como o desse exemplo ajuda a relacionar entre si os elementos de uma pintura e impedem que certas áreas tornem-se monótonas.
Observe também como a temperatura das cores reforça o jogo de luz e sombra. Um rosa quente indica a luz do sol – no parapeito, por exemplo. Em contraste, as partes sombreadas tendem para o azul-malva frio, o inverno térmico do rosa.
Poder de coloração:
Algumas cores são tão fortes que basta um toque para afetar a cor da mistura. Outras – as de baixo poder de coloração – só aparecem quando você acrescenta grandes quantidades.
Quente ou frio:
A temperatura da cor da principal fonte de luz pode ajudar a decidir se devemos pintar com cores quentes ou frias. A luz do sol e a elétrica tendem para o quente, enquanto a refletida do céu é quase sempre fria.
Controle da cor
Tiago Lisboa
Em sua experiência com a pintura a óleo já deve ter percebido como é importante ser capaz se controlar a intensidade da cor; a tinta usada diretamente do tubo às vezes é berrante ou apagada demais para o que se quer fazer.
Há duas maneiras de ajustar a vivacidade de uma cor. Uma delas consiste em misturá-la com uma pequena quantidade de outra cor, que tenha o efeitode aumentar ou diminuir a intensidade da primeira. E pode-se também cercar a cor na tela com outras cores que façam parecer mais viva ou mais apagada.Os efeitos da mistura:
A regra para aumentar a intensidade de uma cor por meio da mistura é acrescentar pequena quantidade de uma cor mais viva da mesma "família". Pegue os vermelhos se sua paleta como exemplo. Acrescente um toque de vermelho-cadmio ao carmim-alizarin e você terá um carmim muito mais vivo. Da mesma forma, pode usar o próprio carmin-alizarin para avivar um vermelho menos intenso, como o vermelho-indiano.
Use esse conhecimento nas suas experiências com misturas, lembrando que a cor utilizada para intensificar outra deve ser sempre a que ocupa o lugar acima dela na gradação de intensidade da mesma família.
Para suavizar a cor, basta acrescentar pequena quantidade de uma cor menos intensa da mesma família. Veja como isso funciona na prática misturando amarelo-cádmio com um toque de amarelo-ocre.
Como usar a espátula
Tiago Lisboa
Peque a tinta com o lado de baixo da espálula. Use toda a largura da lâmina para as marcas mais amplas e vigorosas, e a ponta para as marcas menores. Evite mover a espátula para frente e para trás; coloque-a com firmesa sobre a tela e espalhe a tinta num único movimento, levantando cuidadosamente a lâmina após a aplicação. Outra recomendação importante é usar quantidades generosas de tinta, suficiente para cobrir toda a urdidura da tela.
Trabalhe com gestos curtos, no sentido horizontal do tema que você está pintando. Se a figura tiver contorno bem definido do lado esquerdo, coloque a espátula desse lado e puxe-a para direita, inclinando a lâmina um pouco para a esquerda, a fim de que a borda defina o contorno bem definido do lado direito, inverta a operação.
Trabalhe com poucas marcas:
Uma regra fundamental da pintura com espátula é cobrir cada área com o menor número possível de marcas, já que isso é planejar antes cada marca e então aplicar a tinta com decisão exatamente nos lugares desejados.
Onde for possível, procure usar apenas uma marca para cada pedaço de cor diferente. Por exemplo, ao pintar uma flor, faça cada pétala com uma única passada de espátula. Se a pétala tiver uma parte clara e outra escura, use duas marcas, uma para cada tom.
Se você não ficar satisfeito com uma das marcas, obviamente terá de ajustá-la com uma ou duas marcas adicionais. Mas lembre-se de que essas correções acabam quase sempre prejudicando a vitalidade da cor. Na maioria dos casos, é melhor raspar a tinta com uma espátula de paleta e recomeçar numa superfície perfeitamente limpa, com tinta fresca e de cor vívida.
Trabalhe com gestos curtos, no sentido horizontal do tema que você está pintando. Se a figura tiver contorno bem definido do lado esquerdo, coloque a espátula desse lado e puxe-a para direita, inclinando a lâmina um pouco para a esquerda, a fim de que a borda defina o contorno bem definido do lado direito, inverta a operação.
Trabalhe com poucas marcas:
Uma regra fundamental da pintura com espátula é cobrir cada área com o menor número possível de marcas, já que isso é planejar antes cada marca e então aplicar a tinta com decisão exatamente nos lugares desejados.
Onde for possível, procure usar apenas uma marca para cada pedaço de cor diferente. Por exemplo, ao pintar uma flor, faça cada pétala com uma única passada de espátula. Se a pétala tiver uma parte clara e outra escura, use duas marcas, uma para cada tom.
Se você não ficar satisfeito com uma das marcas, obviamente terá de ajustá-la com uma ou duas marcas adicionais. Mas lembre-se de que essas correções acabam quase sempre prejudicando a vitalidade da cor. Na maioria dos casos, é melhor raspar a tinta com uma espátula de paleta e recomeçar numa superfície perfeitamente limpa, com tinta fresca e de cor vívida.
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